domingo, 31 de maio de 2009

Braços que se abraçam, bocas que murmuram.

Não sou tão velho, mas na minha infância meu pai ouvia muito na vitrola (toca-discos) de casa (ou até mesmo no toca-fitas) os discos de Roberto Carlos entre outros PAPAS da MPB brasileira (Jorge Ben, Alcione, Elis Regina, Martinho da Vila e outros). Eu já gostava de ouvir rock'n roll, Beatles, Kiss mas, sinceramente, aprendi a gostar de ouvir as lindas músicas que falavam de amor, de alegrias e tristezas, sobre a morte das baleias que ocorria na década de 80 no litoral brasileiro, e que Roberto Carlos tão bem imortalizou numa de suas canções. Tempos bons, boas músicas, uma força os levava a cantar e me levava a ouví-los, por isso que eles cantavam e não podiam parar, porque tudo era uma ode à moral e aos bons costumes. Verdadeiros hinos de louvor às pessoas e suas gloriosas emoções. Pra não falar de flores, seria tão bom parar com essas coisas tão desmerecedoras e depravantes que nós e nossos filhos somos obrigados a ouvir nos dias de hoje...


Falando sério, eu não queria ser mais um na sua cama por uma noite apenas e nada mais. Seria tão bom que ainda existissem sentimentos puros nos dias de hoje, que pessoas não roubassem e até matassem por ganância, que políticos não fossem corruptos, mercenários e se auto-promovessem sem estarem nem aí com os desejos e vontade popular. Precisamos muito atualmente de mais sentimento, de não querer um amor por um momento mas sim, por uma eternidade de vida. Não sou saudosista porque isso é coisa de velho, mas é triste ver que as pessoas abusam sexualmente de criancinhas de apenas 4 anos de idade, que pais fazem 7 filhos-netos nas filhas engravidadas por sua doença e egoísmo. Muito triste o descrédito nas pessoas, nos governantes, nos pais e nos filhos, o castelo já desmoronou na sua base, não tendo consistência para que chegue ao topo com força e resistência.

Pois é, Roberto Carlos... são tantas emoções! Braços que se abraçam, bocas que murmuram palavras de amor enquanto se procuram. Não que a violência não existisse, a miséria não nos tomasse como irmãos, nem que os políticos não legislassem em causa própria e desviassem recursos públicos. Mas sim, que tudo acontecia em menores proporções do que ocorre hoje, onde a maledicência humana está tão arraigada, e até aceita como algo natural e inerente à pessoa humana. Eu acho que tal pensamento não procede, que devemos dar um BASTA nisso e criarmos um mundo muito melhor para os nossos filhos. As novelas revelam coisas inimagináveis aos nossos filhos, e isso num horário que atualmente eles se encontram muito bem acordados, de olhos e ouvidos arregalados para absorver bobagens mil que vem da telinha mágica. Os horários de censura deveriam ser modificados, e muitas bobagens que são mostradas às 21h deveriam ir para horários mais tardios por conta da felicidade de nossa família. Por que não falar sobre amor, justiça, moralidade... que o bem prevalece sobre o mal, que o amor sobrepõem-se à descrença, que a justiça é mãe de todas as atitudes humanas?

Assisto ao especial do Roberto Carlos na noite deste domingo na vênus platinada e me recordo de lindas canções de amor, de uma época em que era mais fácil criar um filho, de arrumar um emprego, de palavras serem dadas em pagamento a coisas quando por um motivo ou outro o dinheiro não estivesse disponível no momento. Por que não ensinar justiça aos cidadãos? Por que não falar de amor nas escolas? Por que não respeitar as diferenças? Por que temos que assistir políticos afirmando não estarem nem aí para a opinião popular, se é esta opinião que dá um voto de crédito pra esses calhordas e verdadeiros párias da sociedade brasileira moderna? Por que nossos filhos tem que achar comum ouvirem durante a noite barulhos de rajadas de armas de grosso calibre, se somos um país pacífico que não preconiza a guerra?

Braços que se abraçam, bocas que murmuram... murmuram o quê? Xingamentos desenfreados e desnecessários? Que políticos salafrários e desonestos encontram-se de volta ao poder como se nada lhes ouvesse acontecido num passado não tão distante? Que empresas estatais são utilizadas como moeda de troca do poder Executivo, para que políticos legislem a favor de seus desmandos? Não, não é isso que essas bocas estão murmurando. Elas murmuram palavras de amor enquanto se procuram.

Vamos preconizar o amor, a amizade, a tolerância, a lealdade e honestidade, a moral e os bons costumes. Vamos legislar pelo povo e para o povo e não em causa própria, vamos acabar com a intolerância religiosa, deixar de permitir que falsos pastores e profetas enriqueçam deslavadamente da fé de outrem. Braços, pois que abracem à justiça e lealdade. Bocas, pois que murmurem palavras de amor e fé. Salvemos o mundo onde vivemos, ressuscitemos a fé de nosso povo em nossa nação, lutemos numa luta gloriosa e em prol de um bem comum e não em causa própria. Olhemos para o passado e copiemos o que de bom ficou por lá, vejamos o presente e consertemos o que foi mal empreendido por todos. Desejemos um futuro melhor, com uma taxa maior de acertivas e desejando melhorar mais e mais, sempre tomando como exemplo o passado e o presente, para que os nossos descendentes possam tropeçar o menos possível.

Sinto um vazio imenso, estou só na escuridão... não sei para onde vou, nem onde vou parar, sem deixar marcas no caminho para que pois não possa voltar. Sinto que o mundo se esqueceu de mim, até onde serei assim? Vou aguentar tantos dissabores? Não sei, mas desejaria não estar só e sem rumo. Gostaria de saber para onde vou, quando voltarei e que as pessoas sentissem algo por mim, que nos irmanássemos todos numa alegria uníssona e duradoura. Vou pela vida, não quero chegar... não quero chegar a lugar algum, pois todos de mim se esqueceram. Triste sentimento, triste verdade, triste mundo este que se nos apresenta no presente, e se nos projeta para o futuro.


Braços que se abraçam, bocas que murmuram... palavras de amor, de fé, de emoção, de lealdade. Uma barragem de contenção de amor se rompeu, e inundou a todos com tão bons sentimentos. Amada, eu estou neste alagadiço e te espero para que afogue-mo-nos nesta enxurrada de felicidades. Seja a minha amante, a minha amada, o meu amor. Minha diva, deusa, rainha, mulher. São tantas emoções, tantos sentimentos, tanto coração que se abre numa revelação de bons desejos, boas vontades e bons sentimentos. Quando todos entenderem que só o amor constrói, que amar não é sinônimo de fraqueza mas sim, de uma força interior muito forte e bela, creio pois que quando este tempo chegar nós poderemos dar por finda a nossa missão na terra, e então poderemos partir para outra vida sem nos preocuparmos com o futuro de nossos filhos e netos. O importante é que emoções nós vivemos, e que emoções estamos a viver agora e quais serão as que se reservam para nós no futuro.

Até a próxima, sem esquecermos que é momento para refletir.